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6/03/14 às 18h06 - Atualizado em 3/01/19 às 15h10

Ciclovias melhoram a mobilidade e a saúde do morador do DF

O GDF pretende aprontar até o final do ano os 600 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas prometidos para todo o Distrito Federal, com o objetivo de incentivar as pessoas a deixar o carro na garagem, melhorando o trânsito e a chamada mobilidade urbana nas 33 regiões administrativas do DF. Atualmente, os moradores já podem pedalar por 262 mil quilômetros. Outros 171 quilômetros estão em construção (Veja tabela abaixo).

Nos lugares onde a ciclovia já está praticamente instalada, como a Asa Norte, o pedal mudou o hábito de vida de algumas pessoas.  “Eu agrego um pouco de lazer à minha rotina de trabalho”, define o servidor público Márcio Brandão. Desde o ano passado, ele monta na bicicleta em boa parte dos dias e pedala até o Setor Comercial Sul, onde trabalha. O trajeto em cima do selim (banco da bicicleta) dura de 30 a 40 minutos. “Depende da minha disposição no dia”, brinca Márcio, que quando vem de carro gasta cerca de 12 minutos a menos, mas lembra que  fica sujeito ao estresse do trânsito e aos imprevistos, como os congestionamentos.

Michel Oliveira, outro servidor público que optou por ir trabalhar pedalando,  concorda com o colega. “O carro é muito mais estressante. Com a bicicleta não há praticamente imprevisto, o tempo de viagem é sempre o mesmo, não se perde tempo no engarrafamento, eu nunca furei um pneu”.  Michel só lamenta ter que voltar em casa na hora do almoço para pegar as filhas e levá-las ao colégio de carro. Como também precisa pegá-las no fim da tarde, volta dirigindo para o trabalho, igualmente no Setor Comercial Sul. Aí, os cerca de 15 minutos que ele gasta pela manhã aumentam em mais 5 ou 10 minutos por causa do tráfego intenso do início da tarde, sem falar que estaciona o carro longe, na 302 norte, já que no SCS as vagas são escassas. “Por mim eu jogava meu carro na ribanceira e só andava de bike”, diz Michel, também brincando. A bicicleta, ele guarda na garagem do prédio.

Glauco Ferreira, colega de Márcio e Michel, usa bicicleta com sol ou chuva. “Com chuva, o trânsito fica pior, e aí é que eu venho de bicicleta mesmo. Uso uma capa ou venho com o guarda-chuva em uma das mãos”, conta o servidor, que há um ano sai do Guará de manhã alternando o papel de ciclista com o de passageiro do metrô. “Pedalo dez minutos da minha casa até a estação do Guará. Uso o vagão especial para bicicletas, onde a turma já se  conhece e dá dicas sobre  tipos de pneu, onde tem um bom mecânico, etc.” . Apontando o relógio, lembra que entre ciclovia e trilhos do metrô leva 35 minutos do Guará à Zona Central de Brasília. “Mas sem ter que procurar vaga para estacionar”, acrescenta.

Hábito e saúde – É claro que usar a bicicleta para ir trabalhar ainda é um hábito de poucos brasilienses, mas a implantação da ciclovia, além de instrumento fundamental para melhorar a mobilidade, é um incentivo para as pessoas pedalarem, inclusive em seus deslocamentos diários. “Estou realmente vendo mais gente andando de bicicleta”, admite Márcio Brandão. Ele, no entanto, faz uma advertência: “Também vejo muito pedestre andando na ciclovia. Outro dia passei por um casal com um carrinho de bebê”, conta Márcio, para quem é necessária uma campanha para deixar claro quem deve usar a ciclovia e quem deve usar a calçada.

O projeto de sinalização das ciclovias foi feito em parceria de técnicos da Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano, a Sedhab, e do Detran. O traçado dos 600 quilômetros de ciclovia, inclusive, feito nos meados da década passada, foi adaptado pelos técnicos da Secretaria. “Tivemos que fazer adaptações. Em alguns pontos o projeto previa que  a ciclovia passasse em lotes comerciais, como, por exemplo, nas entrequadras onde há supermercados. Precisamos também compatibilizá-la com as calçadas, principalmente no Eixo Monumental”, explica a chefe do Núcleo da Paisagem Edificada da Sedhab, Yara Lúcia Barbosa.

Além de garantir a qualidade no deslocamento casa – trabalho, permitindo que as pessoas fujam da guerra do trânsito, o uso da bicicleta diariamente reflete na saúde e no condicionamento físico. Os três servidores públicos são unânimes: sentem-se bem mais dispostos depois que optaram por ir trabalhar pedalando. “Estou dormindo melhor”, garante Glauco Ferreira. “Como melhor e perdi dez quilos”, comemora Michel Oliveira. “Estou três quilos mais magro”, revela Márcio Brandão. Ou seja, menos estresse e mais qualidade de vida.

Quer mais motivos para pedalar?

– Quantos quilômetros de ciclovias estão em construção e em quais RAs?*

LOCAL ESTÁGIO VALOR (R$) EXTENSÃO (m)
Asa Sul – Lote 2 (L2) Em andamento 97% 6.500.072,71 16.724,01
UNB – Lote 7 Em andamento 95% 3.476.965,05 12.003,50
Guará Em andamento 90% 1.118.728,37 5.768,61
Asa Norte -lote 4 – (W4) Em andamento 68% 6.063.812,74 18.507,45
Gama Lote 1  – Em andamento 91% 1.954.023,71 11.582,56
Gama Lote 2 – Em andamento 74% 2.222.906,56 13.448,43
Eixo Monumental Em andamento 70% 5.076.500,07 17.632,53
Riacho Fundo II Em andamento 93% 1.606.765,97 8.033,35
Park Way – Lote 1 Em andamento 99% 1.731.478,77 12.980,05
Park Way – Lote 2 Em andamento 72% 1.994.468,82 14.374,16
Park Way – Lote 3 Em andamento 87% 1.538.023,45 11.289,84
Lago Sul – Lote 1 Em andamento 30% 3.637.959,79 13.405,33
Lago Sul – Lote 2 Em andamento 1% 1.285.344,25 5.287,28
Lago Sul – Lote 3 Em andamento 20% 3.093.661,92 10.337,53
TOTAL     41.300.712,18 171.374,63

Fonte: Novacap